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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Delegado sobre serial killer: "Ele se altera na presença de mulheres"

Delegado sobre serial killer: "Ele se altera na presença de mulheres"Objetos encontrados com vigilante apontado como serial killer são os utilizados nos crimes. Advogado do rapaz, que tentou cortar os pulsos ontem, diz que ele foi coagido a confessarCorreio Braziliense
Publicação: 17/10/2014 07:31 Atualização: 17/10/2014 08:18

O exame de balística das munições encontradas no corpo de seis das vítimas confirmou serem do revólver calibre .38 dele. Foto: Polícia Civil / Goiás (Polícia Civil / Goiás)
O exame de balística das munições encontradas no corpo de seis das vítimas confirmou serem do revólver calibre .38 dele. Foto: Polícia Civil / Goiás
As provas colhidas por policiais reforçam a suspeita de que o vigilante Thiago Henrique Gomes da Rocha, 26 anos, preso na noite de terça-feira, é o responsável por 39 assassinatos que aterrorizaram Goiânia a partir do início do ano. Ao ser detido, ele vestia as mesmas roupas que usou nos crimes e estava com a mesma moto. Na casa dele, a polícia encontrou uma arma de fogo. O exame de balística das munições encontradas no corpo de seis das vítimas confirmou serem do revólver calibre .38 dele.

Capacete, roupas pretas, capa, mochila e tênis identificados em imagens de estabelecimentos onde ocorreram os crimes foram apreendidos na casa de Thiago. “Tudo fechou em cima dele”, disse Eduardo Prado, um dos delegados integrantes da força-tarefa montada para investigar a série de crimes contra mulheres goianas. De acordo com a polícia, entre os crimes cometidos pelo vigilante, estão a morte de oito moradores de rua, um homem, duas mulheres que não constavam da apuração das autoridades e 14 pessoas mortas aleatoriamente.

As placas usadas na moto também ajudaram a polícia a chegar ao suspeito. No ano passado, o Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra Thiago por furtar uma placa de uma motocicleta no estacionamento de um supermercado de Goiânia. Imagens de câmeras de segurança mostram a execução do crime. Também no ano passado, ele foi preso em flagrante em uma motocicleta com placa roubada, mas acabou solto. Segundo a Polícia Civil, o jovem foi identificado em imagens registradas por câmeras de segurança no último domingo, próximo à lanchonete em que uma mulher foi agredida por um motociclista.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil do estado, Thiago cometeu uma tentativa de suicídio ontem. O jovem estava sob monitoramento constante, isolado em uma cela praticamente vazia. No entanto, num momento em que ficou sozinho, Thiago teria quebrado a lâmpada e tentado cortar os pulsos. O barulho chamou a atenção dos agentes, que retornaram para a cela e impediram que ele aprofundasse os ferimentos. Ele passa bem e ficará em uma delegacia até uma decisão judicial sobre o destino dele. Thiago é apontado como o serial killer que matava mulheres na capital goiana.

O Corpo de Bombeiros foi chamado para fazer o atendimento necessário. Não foi preciso levá-lo ao hospital. Ainda de acordo com informações da assessoria da Polícia Civil, Thiago não passou ainda por exames psicológicos, mas a força-tarefa criada para investigar as mortes em série deve fazer o pedido em breve. A cela que ele ocupava na Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos estava sem móveis ou objetos. Um agente ficou responsável pelo monitoramento do detido durante todo o tempo. Porém, ele teria conseguido quebrar a lâmpada no momento em que pediu um café. Apesar da tentativa os ferimentos foram superficiais e a Polícia Civil apresentou o suspeito à imprensa. No entanto, Thiago permaneceu afastado dos jornalistas. Segundo a polícia, ele fica “alterado na presença de mulheres”.

“Transtornado”
Thiago não se pronunciou durante a apresentação. O delegado Eduardo Prado conta que o suspeito é frio e se transforma na presença de mulheres. “É impressionante como ele fica transtornado. Ele franze a testa, muda o olhar. Com os agentes homens, ele conversa tranquilamente. Com as mulheres, não”, relata o delegado.

Desde janeiro, 14 vítimas do sexto feminino, de 13 a 35 anos, foram assassinadas em Goiânia em circunstâncias parecidas: com tiros disparados por motociclistas usando capacetes escuros. O primeiro crime ocorreu em 18 de janeiro, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada no Setor Lorena Park. A morte mais recente foi a de Ana Lídia Gomes, baleada em 2 de agosto. As mortes sequenciais fizeram as forças de segurança unirem esforços para chegar ao assassino.

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